Produção Acadêmica: artigos científicos, livros e tese

 Dependency as a Burden: Impact of Active Aging for Technology Adoption in Brazil and Chile.

Anthropology & Aging, 2023

As políticas de envelhecimento bem-sucedido (successful ageing) e de envelhecimento ativo enquadram a independência na velhice como uma expectativa e uma virtude em oposição à outrora desejada reciprocidade entre gerações. Devido às tendências de digitalização em todo o mundo, o domínio das competências digitais torna-se outra responsabilidade para os idosos permanecerem independentes. No entanto, este processo pode criar novas formas de dependência, uma vez que o apoio de “especialistas quentes” – geralmente a geração mais jovem – é crucial para a adoção da tecnologia entre os adultos mais velhos.

Neste artigo, Marília Duque e Alfonso Otaegui (Universitá Catolica de Chile) abordam como os idosos podem vivenciar a dependência digital como um fracasso pessoal e um fardo para as gerações mais jovens. O estudo se baseia em etnografia de 16 meses com idosos que adotam novas tecnologias no Brasil e no Chile, países com populações em rápido envelhecimento que implementaram estratégias agressivas de digitalização. A rápida digitalização dos serviços públicos pode aumentar os riscos de exclusão social para os idosos, que constituem o grupo etário menos conectado e menos qualificado na América Latina. Contrariamente às expectativas sugeridas pela literatura acadêmica, os participantes preferiram inscrever-se em workshops sobre smartphones em vez de depender dos seus filhos.

Os autores forma professores voluntários em cursos de smartphones para idosos e mapearam as dificuldades que eles enfrentam ao adotar novas tecnologias e as estratégias que desenvolvem posteriormente para usar a tecnologia, evitando a dependência. Os participantes podem restringir o uso de smartphones devido às suas competências digitais limitadas ou alegar falta de interesse na tecnologia como estratégia de autodefesa  – evitando parecerem ignorantes ou incompetentes. Conclui-se que os participantes preferiam contar com o apoio dos amigos, percebendo a sua ajuda como uma forma de colaboração entre pares.

COMO CITAR: Duque, M., & Otaegui. (2023). Digital Dependency as a Burden: Impact of Active Aging for Technology Adoption in Brazil and Chile. Anthropology & Aging, Vol 44, No 2, pp. 28-44. DOI: 10.5195/aa.2023.422 

 

A “Cidade Amiga do Idoso” Acidental: Expectativa Pública e Experiência Subjetiva em São Paulo.

Revista Lusófona de Estudos Culturais, 2022

Neste artigo, Marília Duque e Adriana Lima tratam de dois projetos de otimização que visam responder aos desafios da vida urbana na contemporaneidade. O primeiro é o das Cidades Inteligentes, estruturadas a partir de um aparato tecnológico e informacional que passa a mediar a gestão da cidade, seu consumo e eficiência. O segundo é o das Cidades Amigas do Idoso, estruturadas a partir de ambientes que visam capacitar o crescente contingente idoso para o envelhecimento ativo na cidade. Moldados em um sistema neoliberal, ambos os projetos se apresentam como instâncias emancipadoras do cidadão para o exercício de uma cidadania participativa.

Este artigo propõe que as cidades inteligentes demandem novas competências para o envelhecimento ativo na cidade, resultando em desafios para as cidades amigas do idoso no que toca à exclusão e literacia digitais. Situando essa discussão no contexto brasileiro, conclui-se que, para as pessoas idosas nem um projeto nem outro se realiza integralmente. Entretanto, a partir de uma perspectiva etnográfica conduzida por Duque, mapea-se como um grupo de idosos de São Paulo constrói uma rede informacional própria, centrada no WhatsApp, que viabiliza instâncias participativas e de pertencimento a partir de uma perspectiva “de baixo”. É nesse descompasso entre projeto e experiência urbanos que o artigo aponta para a emergência de uma cidade acidental, informal, mas inteligente e amiga do idoso.

COMO CITAR: Duque, M., & Oliveira, A. L. de. (2022). A “Cidade Amiga do Idoso” Acidental: Expetativa Pública e Experiência Subjetiva em São Paulo. Revista Lusófona De Estudos Culturais9(1), 67–86. https://doi.org/10.21814/rlec.3649

 

Can Older People Stop Sharing? An Ethnographic Study on Fake News and Active Aging in Brazil.

Online Media and Global Communication, 2022

Neste artigo, Marília Duquqe e Luiz Peres-Neto (Universitat Autònoma de Barcelona) problematizam a relação causal entre idade e compartilhamento de fake news. Para tanto, dão um passo para trás. A partir de etnografia conduzida com pessoas idosas em São Paulo por Duque, mapeiam os motivos pelos quais os participantes da pesquisa se empregam na função de curadores de conteúdos em grupos de WhatsApp e sua relação com o contexto cultural local. Compartilhar informações úteis aos pares é, para eles, um trabalho capaz de gerar propósito, capital social e pertencimento como cidadãos de São Paulo. Além disso, esse trabalho é também participação, prestando-se ainda para a filiação dos participantes da pesquisa ao paradigma do Envelhecimento Ativo.

A partir da Two-step-flow theory, os autores discutem então as estratégias usadas para seleção e compartilhamento de conteúdos e como elas são influenciadas por conexões pessoais. Por último, analisam o impacto das literacias digitais para os expedientes empregados especificamente a conteúdos de saúde e como o WhatsApp viabiliza o acesso a informações de saúde confiáveis. O artigo contribui para a distinção entre cidadão informado e cidadão empoderado para a gestão da saúde e para o combate de discursos idadistas acerca dos usos de tecnologia por pessoas idosas. 

COMO CITAR: DUQUE, M.; PERES-NETO, L. Can older people stop sharing? An ethnographic study on fake news and active aging in Brazil. Online Media and Global Communication, v. 1, n. 3, p. 580–599, 27 set. 2022. https://doi.org/10.1515/omgc-2022-0034

Cancelaram a Velhice: a Terceira Idade enquadrada na lógica da Cultura do Cancelamento.

Revista E-Compós, 2022

Esse artigo não trata do cancelamento de atores identificados com discursos ou comportamentos idadistas. Sua interface com a cultura do cancelamento objetiva recuperar o que historicamente se construiu como moralmente aceitável ou não na velhice, evidenciar como essas condutas estruturam um novo sistema classificatório além da idade cronológica e de que maneiras a pessoa idosa pode se tornar alvo de cancelamento, seja por seus pares, seja pela sociedade. Na cultura do cancelamento, o cancelamento se dá no flagrante de um descompasso entre aquilo que alguma pessoa diz ou faz e as expectativas de conduta nutridas por sua audiência, resultando em desaprovação e descontentamento. No caso da velhice, essas expectativas de conduta ultrapassam o binômio jovem/velho e devem considerar o binômio saudável/não-saudável e suas implicações morais.

COMO CITAR: Duque, marilia. (2022). Cancelaram a velhice: a Terceira Idade enquadrada na lógica da Cultura do Cancelamento. E-Compós25https://doi.org/10.30962/ec.2605

(Des)conexão: desafios para a autonomia e participação de pessoas idosas.

Revista E Sesc, Janeiro 2023. Editoria Tecnologias e Arte.

Em 2021, apenas 48% dos brasileiros com 60 anos ou mais eram usuários de internet. O dado é da pesquisa TIC Domicílios que, desde 2016, também levanta o principal motivo declarado para a não utilização das redes. Falta de habilidade, de interesse, de necessidade e custo estão entre os principais motivos reportados pelos brasileiros. Entre pessoas idosas, a falta de interesse foi crescente até 2020, quando atingiu 42%. É difícil imaginar que no ano da pandemia da Covid-19, com o isolamento social e rápida digitalização de serviços, incluindo os de acesso à saúde, o grupo etário mais vitimado pelo coronavírus tenha se mantido desinteressado pela internet. É preciso, portanto, resistir à tentação de reproduzir discursos que estigmatizam a pessoa idosa como avessa à tecnologia. Esse artigo responde às perguntas: O que a pessoa idosa realmente quer dizer quando declara desinteresse pela internet? Quais  impactos desse “desinteresse” para o futuro?

Performing healthy ageing through images: From broadcasting to silence.

Global Media And China, 2021

ABSTRACT: This article addresses the centrality of images in the definition of a new paradigm for ageing, when health (measured by autonomy) becomes a condition for freedom (associated with youth). Based on a 16-month ethnography conducted with older people (aged 50–80) in a middle-class district in São Paulo, Brazil, I found that smartphones empower older people to craft a health identity by engaging and producing content that highlights the positive aspects of ageing. In this community, health is a concept deeply associated with productivity, and social media becomes a space for participants to present themselves as busy, giving visibility to all of the activities they engage with.

On WhatsApp groups, participants can also work as curators, sharing content that is in the public interest, which improves their collective experience of ageing and restores their sense of utility and dignity. I found that smartphones also allow participants to manipulate the mechanism of social comparison used to classify who is healthy and who is old. Often, when they have a condition or frailty, they confine themselves to online interactions, hiding from view the ageing body that could compromise their performance. By doing that, their declines are kept on the backstage of their social interactions, allowing participants to extend their presence within the third age, which is associated with freedom and autonomy, while the decline related to the fourth age is kept in the shadows.

CITE: Duque M. Performing healthy ageing through images: From broadcasting to silence. Global Media and China. 2021;6(3):303-324. doi:10.1177/2059436420975221

LIVRO: Ageing with Smartphones in Urban Brazil: A work in progress.

UCL Press 2022

With people living longer all over the world, ageing has been framed as a socio-economic problem. In Brazil, older people are expected to remain healthy and autonomous while actively participating in society. Based on ethnographic research in São Paulo, Ageing with Smartphones in Urban Brazil shows how older people in a middle-class neighbourhood conciliate these expectations with the freedom and pleasures reserved for the Third Age. Work is what bonds this community together, providing a sense of dignity and citizenship.

Smartphones have become of great importance to the residents as they search for and engage in new forms of work and hobbies. Connected by a digital network, they work as content curators, sharing activities that fill their schedule. Managing multiple WhatsApp groups is a job in itself, as well as a source of solidarity and hope. Friendship groups help each to download new apps, search for medical information and guidance, and navigate the city. Together, they are reinventing themselves as volunteers, entrepreneurs and influencers, or they are finding a new interest that gives their later life a purpose. The smartphone, which enables the residents to share and discuss their busy lives, is also helping them, and us, to rethink the very representation of ageing.

CITE: Duque M. Ageing with Smartphones in Urban Brazil: A work in progress. UCL Press, 2022. ISBN 9781787359963

LIVRO: O Smartphone Global: uma tecnologia para além dos jovens.

UCL Press 2022 | ISBN9781800081512 | Tradução do livro The Global Smartphone | Tradução de Cecília Elisabeth Barbosa Soares

CO-AUTORIA: Daniel Miller, Laila Abed Rabho, Patrick Awondo, Maya de Vries, Marília Duque, Pauline Garvey, Laura Haapio-Kirk, Charlotte Hawkins, Alfonso Otaegui, Shireen Walton, and Xinyuan Wang

RESUMO: O smartphone está tão frequentemente debaixo de nosso nariz, que assumimos saber o que ele é. Mas sabemos mesmo? Para descobrir, 11 antropólogos realizaram pesquisa de campo de 16 meses em países da África, Ásia, Europa e América do Sul, tendo como foco pessoas mais velhas. O livro O Smartphone Global apresenta perspectivas inéditas a partir desta pesquisa comparativa. A primeira descoberta é: os smartphones não são mais uma tecnologia restrita aos jovens, estando nas mãos de todos, independente da idade. Além disso, observou-se uma grande ambivalência entre aquilo que as pessoas falam sobre os smartphones e os modos como elas os usam na prática.

Os smartphones se tornaram tanto um lugar em que vivemos, como apetrechos que providenciam um tipo de ‘oportunismo perpétuo’, por estarem sempre conosco. Vão além de um ‘repositório de aplicativos’. São um dispositivo sem precedentes em termos de potencial de transformação, assimilando rapidamente valores pessoais. Para compreender esse processo, considerou-se um leque de nuances nacionais e culturais, como a comunicação visual na China e no Japão, o dinheiro móvel em Camarões e Uganda, e acesso a informação sobre saúde no Chile e na Irlanda – juntamente com trajetórias variadas em relação ao envelhecimento em Al-Quds, no Brasil e na Itália. É dessa perspectiva global, e a partir do mapeamento de contextos diversos, que o livro se propõe a responder à pergunta O que é um smartphone? e a analisar suas consequências.

LIVRO: The Global Smartphone: Beyond a youth technology.

UCL Press 2021 | ISBN9781787359611

CO-AUTORIA: Daniel Miller, Laila Abed Rabho, Patrick Awondo, Maya de Vries, Marília Duque, Pauline Garvey, Laura Haapio-Kirk, Charlotte Hawkins, Alfonso Otaegui, Shireen Walton, and Xinyuan Wang

ABSTRACT: The smartphone is often literally right in front of our nose, so you would think we would know what it is. But do we? To find out, 11 anthropologists each spent 16 months living in communities in Africa, Asia, Europe and South America, focusing on the take up of smartphones by older people. Their research reveals that smartphones are technology for everyone, not just for the young.
The Global Smartphone presents a series of original perspectives deriving from this global and comparative research project. Smartphones have become as much a place within which we live as a device we use to provide ‘perpetual opportunism’, as they are always with us. The authors show how the smartphone is more than an ‘app device’ and explore differences between what people say about smartphones and how they use them. The smartphone is unprecedented in the degree to which we can transform it. As a result, it quickly assimilates personal values. In order to comprehend it, we must take into consideration a range of national and cultural nuances, such as visual communication in China and Japan, mobile money in Cameroon and Uganda, and access to health information in Chile and Ireland – all alongside diverse trajectories of ageing in Al Quds, Brazil and Italy. Only then can we know what a smartphone is and understand its consequences for people’s lives around the world.

TESE: Homo resiliens: moralidades e resistências da velhice mediada por smartphones em São Paulo.

Tese defendida em 25 de março de 2022 no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Consumo ESPM São Paulo.
Orientação: Prof. Dr. Luiz Peres-Neto

RESUMO: Essa tese objetiva verificar se e em que medida os idosos de São Paulo aderem ou resistem à convocação para um envelhecimento ativo (“active ageing”) e como os usos de smartphones estão implicados nesse processo. Defende-se que essas negociações se estruturam a partir de dois campos: o da estratégia (moralidades e discursos) e o das táticas (práticas cotidianas). Para acessá-los, mobiliza aportes da Comunicação e do Consumo, da Ética e da Antropologia e opera a partir de uma abordagem qualitativa multimetodológica.

No campo da estratégia emprega a Análise de Discurso de Linha Francesa para analisar a evolução dos documentos internacionais publicados desde a década de 1980 que visam a gestão do envelhecimento. O campo das táticas é acessado a partir de etnografia de 16 meses, estendida ao âmbito digital e complementada por entrevista em profundidade. Propõe-se que o campo da estratégia está relacionado com um dever-fazer, enquanto o das táticas está relacionado com um querer fazer. Entre um e outro situa-se o que pode ser feito a partir do consumo de aplicativos de smartphones. De tal modo, o poder-fazer é problematizado como ambivalente, posto que serve ao dever (poder fazer aquilo que se deve) e ao querer (poder fazer aquilo que se quer).

Se, por um lado, os smartphones inserem o idoso-protagonista nas moralidades do sistema de saúde participativo, como preconizado pela Telemedicina 2.0, por outro, expandem os espaços de resistências para o âmbito digital, abrindo brechas para condutas desviantes sem comprometer a identidade do idoso ativo. Essa identidade normativa e globalizada, do campo da estratégia, é vinculada à adoção de hábitos saudáveis, os quais os smartphones facilitariam no campo das táticas. No entanto, tais hábitos são experimentados a partir de uma cultura local que é também estruturante do que se deve e do que se pode querer (baixe para ler mais).

Ageing with Smartphones in Urban Brazil

Com as pessoas vivendo mais, o envelhecimento se tornou um desafio socioeconômico em todo o mundo. Com base em etnografia conduzida por Marília Duque em São Paulo, o livro trata de como residentes idosos de um bairro de classe média conciliam a expectativa de que permaneçam saudáveis e independentes com as liberdades reservadas à Terceira Idade. O trabalho é o que os une, proporcionando um senso de dignidade e cidadania. Conectados em rede no WhatsApp, eles encaram o trabalho de curadores de conteúdo e se mantêm disponíveis para seus pares. São os amigos do WhatsApp que ajudam a baixar novos aplicativos, acessar informações de saúde e navegar pela cidade cada vez mais digitalizada. Juntos, eles estão se reinventando enquanto procuram uma ocupação capaz de conferir propósito à segunda metade da vida. Nessa jornada, os smartphones ajudam a eles, e a nós, a repensar a própria representação do envelhecimento. Disponível em inglês. Tradução para português em andamento.

O Smartphone Global

O livro O Smartphone Global apresenta perspectivas inéditas a partir de pesquisa comparativa sobre os impactos da tecnologia mobile em países da África, Ásia, Europa e América do Sul, tendo como foco pessoas mais velhas. Marília Duque conduziu a pesquisa de campo no Brasil com contribuições para a pergunta principal a que o livro visa responder: afinal, o que é um smartphone na perspectiva de seus usuários?

Guia de Boas Práticas de WhatsApp para Saúde

O Guia de Boas Práticas de WhatsApp para Saúde tem como objetivo servir de referência para as possibilidades de uso do WhatsApp no ecossistema de saúde a partir de práticas formais e informais observadas por Marília Duque em São Paulo e em Santiago durante sua tese de doutoramento e colaboração para o projeto global ASSA – Anthropology of Smartphones And SmartAgeing sediado na University College London.

WhatsApp Aplicado à Nutrição

Financiado pelo European Research Council (ERC), o projeto global ASSA – Anthropology of Smartphones & SmartAgeing (UCL) tinha como premissa que cada pesquisador fizesse uma entrega aplicada que pudesse contribuir para a saúde e bem-estar da população estudada. Marília Duque escolheu contribuir para a conscientização e adoção de hábitos alimentares saudáveis por pessoas idosas e transformou o WhatsApp em um aplicativo para produção de Diários Alimentares Visuais ao reconhecer: a centralidade do app para os participantes da sua pesquisa realizada em São Paulo e a importância que a alimentação assume em seus projetos de envelhecimento.

The Global Smartphone

The smartphone is often literally right in front of our nose, so you would think we would know what it is. But do we? To find out, 11 anthropologists each spent 16 months living in communities in Africa, Asia, Europe and South America, focusing on the take up of smartphones by older people. Their research reveals that smartphones are technology for everyone, not just for the young. Marília Duque was part of the ASSA team and conducted the ethnography in São Paulo, Brazil.

Learning from WhatsApp Best Practices for Health

The Learning with WhatsApp Best Practices for Health handbook aims to serve as a reference for the possible uses of WhatsApp in the healthcare system. The communication protocols in the guide were designed for hospitals and medical clinics based on formal and informal care practices observed by the author while conducting ethnographic research for 16 months in São Paulo. This is an open access not-for-profit project based on evidence stemming from academic research. The translation of this handbook from Portuguese into English was fully funded by the ERC.