Marília Duque é especialista na interface Tecnologia e Envelhecimento e referência em pesquisa qualitativa sobre o tema. Alia seu background acadêmico a mais de 20 anos de experiência no mercado publicitário para assessorar empresas, startups e governo no desenvolvimento e comunicação de soluções digitais para os 50+.
• Doutora em Comunicação e Práticas do Consumo pela ESPM São Paulo com a tese “Homo resiliens” sobre os impactos da tecnologia mobile para saúde e envelhecimento em São Paulo.
• Pesquisadora brasileira do estudo global ASSA –Anthropology of Smartphones & Smart Ageing, coordenado pela University College London (UCL) e financiado pelo European Research Council (ERC).
• Autora do livro “Ageing with Smartphones in Urban Brazil: a work in progress” e co-autora do livro “The Global Smartphone”, publicados pela UCL Press.
• Pesquisadora-fundadora do LiteraCity, laboratório de pesquisa aplicada sobre impacto das literacias digitais para o consumo e a cidadania no envelhecimento.
Atua como pesquisadora, consultora, mentora e palestrante.
“Muito se fala sobre a pessoa idosa, suas necessidades e os desafios do envelhecimento para o mercado, o governo e a sociedade. Eu trago a perspectiva da pessoa idosa vivenciada a partir de uma pesquisa de campo de 16 meses. Isso me permite orientar tanto o desenvolvimento de produtos, serviços e políticas quanto a adequação da comunicação para esse público etário tão heterogêneo. Como uma das participantes da minha pesquisa lembra, ‘nós não temos só necessidades, nós temos desejos’. Meus insights qualitativos sobre a velhice ajudam a entender a experiência do envelhecimento em seu contexto social e cultural e preparam o mercado para responder a esses desejos”
Da pesquisa de campo ao insight qualitativo
Durante 16 meses, Marília Duque conviveu diariamente com moradores de São Paulo 50 e 76 anos: da aula de ioga ao grupo de meditação, passando pelos encontros de empreendedorismo e eventos sociais, como o desfile de moda com modelos 60+. A pesquisa de campo foi complementada com entrevistas em profundidade para análise comparativa de discursos, atitudes e comportamentos em relação ao uso e apropriação de tecnologias, acesso à saúde e informação, trabalho, relações familiares, mobilidade, consumos, cidadania e busca de propósito na segunda metade da vida.
Além disso, atuou como professora em cursos 60+ de WhatsApp e de apps de mobilidade. Essas salas de aula favoreceram o mapeamento de barreiras e drivers para adoção de tecnologia por usuários idosos. Esses aprendizados são aplicados nas consultorias e mentorias da pesquisadora e resultam em insights valiosos sobre a heterogeneidade da velhice e sobre os perigos do idadismo e da idealização de um usuário idoso único.
A mentoria que a equipe da LonVi recebeu da Marília foi fundamental para entendermos em detalhes diversos aspectos do público idoso, como interesses, comportamentos e hábitos, especialmente em relação ao uso de tecnologia e nos ambientes digitais. Com sua experiência de pesquisas e grande conhecimento de soluções e projetos de todo o mundo, iluminou alguns “pontos cegos” que o nosso desenvolvimento apresentava, e nos fez ter outro olhar sobre o que realmente engaja o público idoso, tanto na vida real quanto na digital.
Victor I. van HalstPautas & Palestras: vamos falar disso?
Idadismo Introjetado
Discursos e representações da velhice, estigma e estereótipos, disputas geracionais, exclusão social, baixa autoestima e impactos para adoção e aprendizado de tecnologia.
Gerações e Tecnologia
Quebra no pacto intergeracional, ausência de especialistas quentes, medo de confirmação de estereótipo e pontos de atenção no suporte centrado nos jovens.
Idadismo no Design
Como declínios naturais do envelhecimento impactam a experiência mobile de pessoas idosas e como as interfaces digitais podem codificar estereótipos e desconsiderar o usuário idoso.
Envelhecendo com Propósito
A reinvenção do trabalho e o papel do empreendedorismo e do voluntariado para a dignidade, a saúde e a geração de renda na velhice. Afinal, o que querem as pessoas idosas?
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“Eu não aguento mais falar de idadismo”
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